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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A ilusão atual da libertação da Mulher

Uma jovem escreveu...



“Pela minha pesquisa e por tudo o que tenho aprendido neste caminho de descoberta a que me propus, que começou mais intensamente e de forma mais coesa há quase um ano atrás, quando iniciei este curso, os símbolos chave da Deusa relacionados com o conhecimento são as Maçãs (Macieiras) e a Serpente. Curiosamente, o pecado original sempre foi representado com esses elementos. Claramente, de forma propositada. Por um lado, denegrir tudo o que para a Deusa era Sagrado e ao mesmo tempo, despojar a mulher da sua dignidade, apresentando-a como a raiz de todo o mal, a meretriz, aquela que por artes “mágicas” leva o “pobre” homem a fazer o que não quer. Moral da história: o pobre homem, inocente e puro, que por artimanhas de uma mulher que vendeu a alma ao diabo (serpente), foi expulso do paraíso. 

Quanto à questão, e acaba por de alguma forma se entrelaçar com o que escrevi acima, com a “teoria do pecado original”, a mulher passa a ser um ser servil, porque, despojada da sua dignidade, não é mais que um objeto nas mãos dos homens. Nada do que poderá vir dela é bom ou pode ser aproveitado, portanto, desprezam-se as suas ideias, negligencia-se a sua educação, “fecham-se as mulheres numa “redoma” de vidro para as proteger”. Na verdade, não se dá oportunidade de evoluir ou aprender e assim se trava e se “domestica” a mulher durante séculos e milénios. Ela existe para produzir herdeiros, dar prazer aos homens e servi-los nas lides domésticas, eventualmente, eles levam-nas a comprar vestidos, compram-lhe adornos bonitos (mais ou menos caros) e elas sentem-se felizes e agradecidas. Nunca exprimem as suas ideias nas reuniões de amigos, porque já sabem de antemão que são ideias ridículas e todos vão rir dela e pior o marido vai ficar furioso. 

Eu pensei que as mulheres da minha geração já eram mais livres, mas estava totalmente enganada. Mulheres até com bastante formação académica, na verdade não passam de cordeirinhos ao lado dos maridos ou até se sentem envergonhadas de mostrar a sua inteligência porque não querem que o marido faça má figura. Mulheres a quem foram dadas todas as ferramentas para se libertarem, mas que escolheram viver cativas por medo de não haver um lugar para elas nesta sociedade, ou pior, por “amor” a um homem que as reduz..."

Mónica Moon

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